Agência RMVA

Plano de Manejo do Parque Estadual do Rio Doce passa por revisão

Redação: Fernando Lopes/ Colaboração: Cauan Lana/ Com informações: IEF e Instituto Ekos
A oficina foi realizada na sede do Parque Estadual do Rio Doce entre os dias 11 e 14 deste mês

O Plano de Manejo do Parque Estadual do Rio Doce – PERD, documento que orienta toda a gestão da unidade de conservação, está em revisão. Na semana passada, representantes do poder público, iniciativa privada, terceiro setor e da comunidade do entorno participaram de oficina imersiva para contribuir com o processo.

A oficina é a culminância de uma série de 04 reuniões preparatórias realizadas em janeiro e fevereiro nos municípios do entorno do Parque. Outras duas reuniões online também foram realizadas, uma com representantes do terceiro setor e a outra com o setor produtivo. Ao todo foram 126 pessoas envolvidas no debate.

A Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço – Agência RMVA esteve representada e contribuiu para a elaboração do documento final que será encaminhado à Câmara de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas (CPB) para que seja aprovado e torne-se o referencial técnico para gestão do Parque Estadual do Rio Doce.

Para o gerente de Planejamento Metropolitano da Agência RMVA, Cauan Lana, a participação da autarquia foi fundamental para auxiliar nas questões pertinentes ao planejamento da região como um todo e em especial no que se refere ao zoneamento da unidade de conservação e sua Zona de Amortecimento.

“A Agência RMVA, como órgão do Estado que tem atuação no planejamento e na regulação da expansão urbana no Vale do Aço, pôde colaborar com uma visão regional para essa nova demarcação da Zona de Amortecimento, que impacta diretamente na ocupação e nas atividades de parcelamento do solo nos municípios de Timóteo, Marliéria, Jaguaraçu, Bom Jesus do Galho, Dionísio e Pingo D’Água. Para tal, buscou-se como diretriz principal a reformulação de uma área de transição que diminua os impactos ambientais ao Parque, aumentando a conectividade e a conservação dos fragmentos florestais do entorno sem prejudicar as dinâmicas das áreas urbanas já consolidadas”, destaca Cauan.

O gerente do PERD, Vinícius Moreira, salientou que a revisão do Plano de Manejo é uma oportunidade de criação de novas estratégias para a gestão da unidade. “Esse plano, sem dúvidas, vai ser uma ferramenta poderosa para que a gente estabeleça muito bem desenhada as tendências e ameaças, junto aos recursos e valores fundamentais do PERD, para que os objetivos do parque sejam cumpridos”, pontua Vinícius.

Elaboração conjunta

Representantes de quase 30 instituições participaram da oficina de imersão do Plano de Manejo do PERD

Segundo a gerente de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do IEF, Letícia Horta Vilas Boas, o IEF tem contado com a colaboração de representantes de diversas entidades. “A revisão do plano está sendo feita de forma participativa, coletiva, com representantes dos diferentes setores da sociedade. É um processo construído por muitas mãos e está sendo muito interessante discutir, após quase 20 anos, a gestão do PERD”, avalia Letícia.

A diretora de relações institucionais do Instituto Ekos Brasil, Ciça Wey de Brito, ainda informa que a revisão ainda continuará de forma interna em outras instâncias do Governo de Minas gerias. “A oficina fecha parte do processo, porém não é o ponto final da revisão do Plano de Manejo. Esse documento será discutido em outros fóruns do Governo de Minas Gerais e, só então, teremos um novo Plano de Manejo que substituirá aquele executado em 2003”, frisa Ciça.

Para a construção do documento de revisão, além da Agência RMVA, participaram da oficina imersiva representantes do Instituto Estadual de Florestas; Circuito Turístico da Mata Atlântica (CTMAM); Câmara de Vereadores de Marliéria; as prefeituras de Marliéria, Timóteo, Dionísio, Pingo-d’Água e Bom Jesus do Galho.

Além dessas instituições, participaram representantes da UNIVALE (Universidade do Vale do Rio Doce), UFV (Universidade Federal de Viçosa), ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), bem como representantes do terceiro setor, AMDA (Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente), Fundação Relictos, Associação DuPERD e Soma Cultural. Do setor privado estiveram presentes as empresas ArcelorMittal, CENIBRA e GPM. Por fim, destaca-se a participação de representantes de associações e moradores do entorno, fortalecendo a visão comunitária para o processo de revisão do Plano.